Márcio Bazílio foi denunciado
pelo Ministério Público do Estado do Pará por homicídio qualificado pela
utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e
emprego de meio cruel,
Exatamente cinco meses após a morte brutal de Eliane de
Souza Jorge, o juiz Marabá/PA, o juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª
Vara Criminal e presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Marabá, pronunciou
o ex-companheiro dela, Márcio Bazílio Furtado Rocha, que irá sentar no banco
dos réus para ser julgado pelo crime. A decisão é do dia 20 de fevereiro, mas
foi publicada na edição desta sexta-feira (9) do Diário Oficial do Tribunal de
Justiça do Estado do Pará.
O caso em questão teve grande repercussão em Marabá e
mobilizou protestos contra a violência de gênero. Márcio Bazílio foi denunciado
pelo Ministério Público do Estado do Pará por homicídio qualificado pela
utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e
emprego de meio cruel, prevalecendo da condição do sexo feminino e das relações
familiares. Além disso, ele irá responder cumulativamente pelo crime de
ocultação do cadáver.
Consta na denúncia que os dois viveram juntos por 21 anos e
tiveram quatro filhos. Na tarde do dia 20 de setembro do ano passado, segundo
as investigações, ele encontrou a vítima no local de trabalho dela e, juntos,
eles seguiram até um mote. Após uma discussão sobre os filhos, Eliane foi tomar
banho, enquanto o acusado foi até o carro, armou-se com uma faca, seguiu até o
box do banheiro e desferiu um golpe próximo do pescoço da ex, enquanto ela
estava de costas.
Em seguida, acrescenta a acusação, ambos travaram luta
corporal e Eliane conseguiu jogar a faca pela janela do quarto, pedindo para
que Márcio Bazílio a levasse ao hospital. O homem então a levou até a cama,
vestiu, lavou o banheiro e colocou a mulher no banco de trás do carro, ainda
viva e consciente.
No caminho, entretanto, Eliane percebeu que não estava sendo
levada para o hospital e se jogou do veículo. O acusado então parou o carro,
desceu e a asfixiou com as mãos e utilizando um pedaço de cipó. Eliane morreu e
o corpo dela foi arrastado para um local mais afastado. Em seguida, ele entrou
novamente no carro e retornou para o centro urbano de Marabá, mas perdeu o
controle do veículo, sofrendo um acidente, sendo socorrido e hospitalizado.
Os familiares da vítima, ao sentirem falta de Eliane, a
procuraram e encontraram pertences dela no carro de Márcio Bazílio. Ao ser
questionado pela Polícia Civil, ele acabou confessando a morte dela, indicando
o local onde escondeu o corpo na tarde seguinte, dia 21. Ele foi preso e
encaminhado ao Centro de Triagem Masculino de Marabá.
Durante a instrução processual, uma testemunha informou que
o casal estava separado há sete anos, mas mantinha contato em decorrência dos
filhos. Ela afirmou, ainda, que em determinada ocasião viu a vítima de olho
roxo e esta disse que havia sido agredida e estrangulada pelo ex, mas que não
iria denunciá-lo por ter recebido ameaças. Informou, também, ter visto em outra
ocasião o homem apontando uma arma para Eliane. A vítima teria batido na mão
dele e um tiro chegou a ser efetuado, atingindo a parede. Outra testemunha
informou que o casamento sempre foi conturbado porque o homem “morria de
ciúmes” de Eliane e se separaram inúmeras vezes.
O magistrado ainda não marcou a data do júri e manteve a
decretação de prisão preventiva do acusado, afirmando ser necessária a custódia
cautelar para a manutenção da ordem pública diante de crime de grande
repercussão, considerando a gravidade e periculosidade das condutas apresentadas,
ainda em apuração.
Saiba Mais
Procurados, os advogados que atuam na defesa do réu, Marcel
Afonso e Wandergleisson Fernandes, encaminharam nota à Redação, na qual afirmam
que irão “recorrer da sentença de pronúncia, haja vista que houve excesso de
linguagem nos termos da decisão interlocutória, fato este que por óbvio
prejudicaria a atuação da defesa na atuação em plenário do júri, uma vez que os
jurados têm acesso a mesma”.
(Luciana Marschall)
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